"Jetzt musste die Welt versinken, Jetzt musste ein Wunder gescheh'n."

"Il ne faut pas avoir peur."

19 June 2004

[Morrer à sombra das palavras...]




fumo apressadamente...temo...nu...integralmente nu...a pele brinca ao sabor da corrente de ar...corro...sem destino...só...oiço vozes...beijo rostos familiares...que se esfumaçam...“para onde vais?” – perguntas... o que é que isso interessa – respondo...ou não...solto risos de prazer...arrepios de dor...viajo...só....melancolicamente só...odeio o amor...desprezo os que amam...ou não...rio...choro...choro rindo...rio chorando...só...alimentado pelo líquido que brota dos meus olhos...orifícios cegos...translúcidos...sem alma...só...estagno...brinco com o silêncio...esboço uma qualquer feição...qual sorriso...qual pranto...máscara...bobo...ser..ou não...retomo a ida...“ainda há tempo...” – susurras...não te oiço...voz ignóbil...ser algo... ser algum...fantoche...mimo...autómato...ser...ou não...sinto algo ferir-me o rosto...avanço...destemido...ou não...o cupido ri...o diabo chora...deus (não) existe...os anjos perdem as asas...o homem perde a cabeça...o mundo não pára...a noite...o dia...a lua...o sol...mortos...não seres...grito...não eco...caminho...não piso...só...orgulhosamente só...ou não...festejo...funeral...branco...preto...ou não...sanidade...loucura...ou não... inocência...burrice...crença...preconceito...estereótipo de um corpo...vazio de uma mente...escuro...claro...ou não...devaneio...sobriedade...regalo...sonho...incompreensível...ou não...vontade contradita...rosto mimado...beiço gordo...sorriso esguio...carência abundante...ou não...

[le stylo tombe par terre, le petit cahier de souvenirs l’accompagne...je cris...je tombe... je suis mort...à l’ombre des petites taches d’encre....]

Fotografia: Henri Cartier-Bresson


No comments:

archives